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segunda-feira, 16 de maio de 2016


É hora de comemorar... e também de pensar: Como é a Escola que você quer ?

EMEF FLORIANO FAZ 40 ANOS: PARABÉNS!!!


          Sim, é verdade!!! Nossa escola está fazendo quarenta anos, e vamos comemorar a data  no dia 30 deste mês.
Pense: é um tempão e tanto, né? Ainda não encontramos nenhum caso assim, mas é tempo suficiente para formar umas três gerações de pessoas de uma família, sabia?
Imagine que alguém – vamos por o nome de “Peixotinho” nesse ex-aluno -    começou a estudar aqui com uns dez anos de idade, em 1976, o primeiro ano em que essa escola funcionou, e teve filhos um pouco cedo... Se essa pessoa, o “Peixotinho” teve filhos por volta de 18 anos de idade e seu primeiro filho ou filha também fez o mesmo, poderia existir na nossa Escola um “Peixotinho Neto”, ou neta, que agora estaria com uns 13 ou 14 anos de idade, talvez até se formando no Ensino Fundamental! Caramba!!!
Mas... como eram as coisas naquele tempo? Como foi que inventaram de criar essa Escola, bem aqui no nosso bairro, onde ela está hoje? e puseram nela o nome do Marechal Floriano Peixoto? Venha conhecer um pouco dessa história!

Como tudo começou?

Claro que o mundo todo, e também Campinas e o Brasil, eram muito diferentes naqueles tempos, quando a Escola Floriano começou a funcionar.
O Prefeito de Campinas na época se chamava Lauro Péricles Gonçalves, o Governador de São Paulo era Paulo Egídio Martins, e o Presidente era um General, chamado Ernesto Geisel. E olha só: NENHUM DELES foi eleito pelo voto popular! Naqueles tempos, o Brasil era uma Ditadura, ou seja, as pessoas não tinham pleno direito à cidadania: reuniões e manifestações eram proibidas e os governantes não eram escolhidos em eleições livres, pelo voto popular dos cidadãos, como acontece hoje, começando pelo Presidente do país.
Os Militares governavam ilegalmente o Brasil desde 1° de abril de 1964, depois de derrubar o presidente João Goulart, que tinha sido eleito pelo povo, como mandava a Constituição daquela época. Eles consideravam que Campinas era uma Área de Segurança Nacional, por causa do Aeroporto de Viracopos e, como acontecia com muitas cidades do país, proibiam os cidadãos de Campinas de votar para escolher o Prefeito. Os governadores também, eram eleitos... sem voto!
Lauro Péricles, então, não era exatamente prefeito: era na verdade um Interventor, nomeado pelo governador do Estado e “aprovado” pela Assembleia Legislativa de São Paulo, sem nem um votinho sequer do povo campineiro! Affffff!!!

Tá mas... E DAÍ???

Daí? Bem... “daí” que tudo isso tem muita coisa a ver com o NOME da nossa Escola: Floriano Peixoto TAMBÉM era um militar que, igualmente, foi presidente do Brasil... sem nunca ter recebido nem um votinho para ocupar esse cargo tão importante! E foram essas “autoridades sem voto” que escolheram o nome deste personagem histórico, que seria homenageado dando nome à nossa Escola.
Essa época está marcada pela escolha de muitos ex-presidentes militares, cujos nomes foram homenageados e adotados para dar nomes a bairros de Campinas como as Vilas Costa e Silva e Castelo Branco, que homenageiam generais ex-presidentes da Ditadura Militar. Também é a época em que se forma a Vila 31 de Março, data proclamada “oficial” do golpe militar que originou esse triste período, que de fato ganhou as ruas na madrugada do dia... Primeiro de abril de 1964! Coisas do Brasil...

... e foi então que tudo começou!

A construção que antes abrigava um galpão de distribuição de leite, começou a se transformar no “nosso” Floriano depois que, em 30 de maio de 1976, o bairro popular chamado Vila Orosimbo Maia, que começava a se formar nessa parte leste da nossa cidade, foi oficialmente criada a nossa querida escola.
Veja só o momento em que a Escola Floriano foi oficialmente inaugurada, com a placa comemorativa sendo descoberta por um... oficial do Exército!

Foto digitalizada do arquivo da escola: um documento histórico!!!
... e esta é a placa que ele estava descobrindo: 


você sabe onde encontra-la?
 Mas temos mais outro importante documento histórico. Aproveite para bancar o historiador e observar atentamente cada detalhe deste documento, que é uma espécie de “certidão de nascimento” da Escola Floriano. 
Tem muitas informações nele, descubra você mesmo as mais importantes: 
que documento é? onde foi publicado? o que diz ali? 

FOTO D.O.M.
Legenda?


E agora, um pouquinho da história do nosso Floriano 

No começo, havia apenas a ‘casinha’ que hoje serve como depósito de livros e materiais e onde funcionam algumas aulas de reforço. Ali era feita a distribuição de leite para comunidade da vizinhança. Conforme a funcionária Cida (a mais leve de todas as Cidas do Floriano...) contou para o Blog, a área da escola foi então assumida pela Prefeitura  e um grande galpão foi cons que hoje a gente chama de “prédio de baixo”, onde temos o nosso refeitório.  
Esse prédio abrigou as primeiras salas de aula, que eram classes do “primeiro ao quarto ano primário”, séries que hoje correspondem ao ciclo I da Educação Básica, do primeiro ao quinto ano.
No ano de 1980, foram plantadas várias árvores na parte mais baixa do terreno. Foi um fato muito marcante para quem estudou aqui naqueles tempos. O lugar ganhou o nome de "Santuário Ecológico", dá só uma olhada na galerinha...
Olha que legal! dá até pra ver como era essa parte do bairro!

Conseguiu entender como mudou o espaço da sua Escola?
Você sabe o que aconteceu com o "Santuário Ecológico"?

  















Em 1981, foi construído o "prédio novo", na parte de cima do terreno, onde fica hoje a Direção e as "novas" salas de aula, a Biblioteca, etc. Tinha até médico fazendo exames na garotada!
Já parou pra pensar? Uma Escola deve ter médicos? Esse atendimento era adequado?
             
A quadra foi construída um bocado depois, em XXX e está lá até hoje... Não é à toa que está precisando de uma boa reforma, ou uma quadra novinha e coberta no lugar, né?

Entrevistas revelam mais sobre a história do Floriano

A aluna Monique, do 7º ano A, atacou como repórter e procurou saber com a funcionária Teresa Aparecida, a nossa Cida, da Cozinha, algumas informações  daqueles tempos. 
Veja:

Monique – Quando a escola funcionava no galpão de baixo, quantas classes funcionavam?
Cida – as mesmas quatro salas que funcionam hoje.
Monique -  Cida, onde funcionavam a Direção e a Secretaria?
Cida – antigamente funcionava tudo em um só lugar, que hoje é a sala de informática
Monique – Houve algum fato marcante na escola nessa época?
Cida – não tem uma coisa assim que eu lembre, mas a Dona Dita, da parte da manhã, está aqui desde antes de erguerem os tijolos.

Com essas informações, a Monique resolveu entrevistar a Dona Dita, e logo vai contar pra gente o que ouviu aqui no Blog. 



RESUMO BIOGRÁFICO – Floriano Peixoto

Floriano Vieira Peixoto nasceu em Maceió (AL) em 30 de abril de 1839. Era militar e foi o primeiro vice-presidente do Brasil durante o governo de Marechal Deodoro, tornado Presidente após comandar o golpe militar e político que derrubou a Monarquia, o regime político Constitucional que estava em vigor naquele tempo e era comandado pelo então Imperador Dom Pedro II. Foi Floriano Peixoto quem deu voz de prisão ao Marquês de Ouro Preto, que era o Chefe de Governo de Dom Pedro II, comandando o Gabinete Ministerial que levava seu nome.
Depois da renúncia de Deodoro, que havia entrado em choque com o Congresso, Floriano Peixoto assumiu a presidência sendo o segundo presidente do Brasil, que comandou de 23 de novembro de 1891 a 15 de novembro de 1894, no período conhecido como a República da Espada, a primeira parte da República Velha (1889/1930).
Sua posse na presidência foi tumultuada, causando tensão e revolta na época e uma polêmica no meio historiográfico que chega até hoje, pois a Constituição da República, recém aprovada, determinava que fossem realizadas novas eleições, uma vez que Deodoro renunciou antes de ter cumprido dois anos de seu mandato Constitucional. Após muita tensão política e nos meios militares, Floriano assumiu a presidência à revelia deste dispositivo constitucional (Artigo 42) e de parte expressiva do Congresso, revelando fortes tendências autoritárias também como agente político.
Ao longo de seu governo, esta “marca pessoal” só se reforçou, levando o Marechal a ganhar o apelido de Marechal de Ferro. Assumindo a Presidência, Floriano imediatamente destituiu os governadores que apoiaram Deodoro durante a crise que havia provocado sua renúncia, fato que gerou fortes ressentimentos e reação dos principais movimentos armados contra seu governo, a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, e a Revolução Federalista, que envolveu uma região de forte tradição liberal, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O Marechal Floriano reagiu com extremo rigor e violência aos dois movimentos armados que fizeram frente ao seu governo eliminando, fisicamente inclusive, toda resistência e oposição à sua autoridade. No Rio de Janeiro, por exemplo, Floriano atacou implacavelmente os revoltosos com apoio da Marinha dos Estados Unidos, obrigando-os a se refugiar em Buenos Aires. Já em Santa Catarina, onde suas tropas invadiram a cidade de Nossa Senhora do Desterro e cometeram atrocidades como estupros e execuções contra a população civil, e os rebeldes foram igualmente massacrados.
Para alguns, entretanto, os fatos acima permitem concluir que se deve a ele a consolidação da República, pois terminou por transmitir o poder ao primeiro presidente civil, eleito pelo voto direto dos cidadãos na história do Brasil (o que naqueles tempos excluía os analfabetos): foi Floriano quem deu posse ao fazendeiro Prudente de Morais em 1894, quando muitos no meio político esperavam que ele se tornasse Ditador. Afinal, o “Marechal de Ferro” havia literalmente eliminado as oposições ao seu poder e esta era uma prática política comum nas jovens repúblicas que estavam se formando na América Latina com a libertação das antigas colônias europeias, ao longo do século XIX.
No ano seguinte, em 29 de junho, Floriano Peixoto morreu em Barra Mansa (RJ), e seu sepultamento teve grande participação da população da capital. 


Prof. Marco Aurélio - História

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